sábado, 11 de janeiro de 2014

EM 2014, OS GOLPISTA QUEREM COMEMORAR OS 50 ANOS DA TENTATIVA DE ENTREGA DO BRASIL PARA OS EUA. RESISTIMOS E NÃO OCORREU.


            Veja o histórico do golpe de 1964, contra o Brasil. Regime militar de 1º de abril de 1964 nasceu sob a intervenção estrangeira, gestado pelos Estados Unidos (1) (Lincoln Gordon, embaixador dos EUA no Brasíl, um pivô aqui e centenas de participantes membros do Governo dos EUA, detalhados em parte abaixo), antecedido de um concertado programa de doutrinação dos militares , confessado em documentos que foram posteriormente encontrados em Bibliotecas norteamericanas (2) , e também denunciados pelo Wikileaks. Inclusive, no momento do golpe, as tropas norteamericanas estavam em alto-mar ao lado do Brasil , próximas ao Porto de Santos/SP, podendo intervir em caso de possíveis dificuldades para os golpistas (3).

            Participaram da criação desta força-tarefa corporações e comandos militares, da inteligência e segmentos governamentais norteamericanos (4) , com a recomendação que “O planejamento e ações militares relacionados com a situação do Brasil devem ser tratados no maior sigilo.”. 
            Um golpe assim elaborado não podia ter outro destino, objetiva efetivamente defender os interesses do imperialismo norteamericano. E, neste contexto, impedir as reformas de base reclamadas pelos brasileiros principalmente os membros das classes oprimidas e exploradas, que poderiam ter maior liberdade, autonomia e independência, com as reformas estruturais na formação sócio-econômica brasileira. Justos os objetivos que os EUA não queriam aqui, pois pretendiam tratar o Brasil como seu quintal.
            O Regime Militar Golpista, baseado na abertura externa escancarada, no arrocho salarial, num câmbio favorável a redução dos valores internacionais dos produtos exportados (principalmente primários) e, ainda, na política de elevação da divida externa. Após reprimir violentamente as forças sociais libertárias e democráticas, provocaria uma recessão entre 1964/1967. E a partir de 67 conseguiria um alvos até 1973, com obtenção de crescimento econômico significativo (sem desenvolvimento social), enquanto a população vivia impedida de manifestar. O regime tirava do trabalhador a possibilidade de abrir a boca para comer o pão e ao mesmo tempo, sufocava o grito de revolta com uma repressão violenta e assassina.
            Este regime militar, a partir de 1973, sofrerá uma crise sem precedentes, com a crise do petróleo (quando o Barril elevou de US$ 3,00 para US$ 12,00, afetando as programações capitalistas) e do modelo econômico capitalista imposto no Brasil. Quando o caráter antinacional e pró imperialista do Regime fica mais patente, daí até 1990, eram freqüentes as visitas dos emissários do capitalista internacional (FMI, Banco Mundial, GATT, etc) para impor medidas aos Governos Brasileiros. Era vergonhoso ver até que ponto chegou a submissão.
            Politicamente, após 1973, o regime militar não obteve consenso, nem podia recorrer à coerção como antes. Os dias do regime militar eram contados, apesar de suas tentativas de golpear, como fez em 1977, com o Pacote de Abril, eis - após reuniões dos banqueiros brasileiros sugerindo tais medidas contra o Congresso Nacional. E foi este fechado e parlamentares cassados, mas houve a reação popular crescente. A oposição resistia, num crescendo, com os operários até então amordaçados, reanimando as suas entidades e enfrentado a estrutura sindical corporativista vigente desde 1934.
            O Regime Militar, temendo as possibilidades de cair pela reação popular, começa a ceder gradativamente espaço, procura fazer uma transição conservadora. Na qual se inserem diversos político de direita e de centro.
         Mas, sempre tentava ameaçar os movimentos sindicais e outras manifestações populares. A UNE é criada na marra, em 1978, pois o regime militar ameaçava o tempo todo de intervenção no movimento estudantil, como já fizera em Brasília, São Paulo e Rio, expulsando e agredindo estudantes. Também, neste ano, os trabalhadores do ABC preparam a greve, lançam também a proposta de um partido dos trabalhadores. Proposta que contestada pelo tradicional Partido Comunista Brasileiro (hoje o direitista PPS) e pela ARENA partido da Ditadura e por segmentos do MDB.
            Eis que, então, houve a transição conservadora, a partir de 1985, assume Sarney a presidência da República, com uma política chamada heterodoxa, mas submissa aos ditames internacionais, ainda, baseada no arrocho salarial, na entrega das riquezas nacionais e no endividamento externo e interno. Foram baixados uma série de medidas econômicas, uma atrás da outra, um fracasso após o outro.
1 - O Embaixador dos EUA, Lincoln Gordon, um mês antes do golpe, em 04/03/1964, diria “Nosso MAP (Programa de Assistência Militar) é fator importante, que influência os militares a serem pró-EUA e pró-Ocidente, e sua importância neste setor está aumentando”.
2- Bibliotecas Lyndon Johnson e Biblioteca John Kennedy. Noticiado inclusive pelo Jornal do Brasil, quando da descoberta da documentação intervencionista e integrista. 
3 - A movimentação militar que desdobraria, se necessária, em de ocupação, foi denominada pelos norteamericanos de OPERAÇÃO BROTHER SAM. Tinha como território inicial de ocupação, não toda, a área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil, onde ficaram esperando possíveis ordens e instruções adicionais, conforme documento dos Chefes de Estados, firmado no dia 31.03.1964, assinado pelo vice-diretor de Operações, Contra almirante dos USA John L. Chew. 
4 - Departamento de Estado, CIA, Casa Branca, OSD (Gabinete do Secretário de Defesa do EUA), USARSO (Forças do Exército do Sul), CINCLANT (Comandante-em-chefe do Atlântico), CNO (Comandante de Ações Navais), CINCSO (Comando em chefe do Sul), CSFA (Comando da Força Aerea), e dezenas de outros comandos e forças norteamericanas são citadas nos documentos encontrados nas Bibliotecas e divulgados pelo Jornal do Brasil., detalhadas em documentos dos meses de março e inicio de abril de 1964.

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